sexta-feira, 17 de abril de 2009

"Mas eu prefiro ser ... "

É tão chato ser sempre o mesmo. Gosto de quem se assume. E se muda. Gostar só de rosa, ou só de preto a vida inteira não tem graça. O bom dos dias é olhar o guarda-roupas e pensar: 'Nossa, como eu pude usar isso!'. O bom do coração é olhar lá pra dentro e sentir: 'Nossa, como eu pude gostar desse!', e ver que se mudar e se perceber vale mais a pena do que passar a vida sendo a apenas um. Uma vida. Um rosto. Um gosto. Um coração. Um só não tem graça. Corações cheios de band-aids e retalhos são mais vulneráveis. Qualquer arrandinho já machuca que é uma desgraça. Arranhar-se pelos outros, sofrer pelo que fazem, chorar por quem te humilha é feio. Chore, chore mesmo, mas chore por quem te ama. Chore por sorrir demais. Chore por viver. E mude. Mude sempre. De endereço. De identidade. De coração. Seja Lispector e doce de manhã, e Whinehouse e firme de noite. Tenha muitas vidas. Muitas tatuagens (e depois até se arrependa delas). Tenha amores. Muitos amores. Dê seu coração novinho na mão de cada um deles. E depois que eles forem entregues com cortes, chore. E se arrependa. Troque de coração e começe tudo denovo. Mudar-se é um exercício constante. De todo dia. Não é fácil ser essa metamorfose ambulante. Mas é muito mais bonito e livre do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Ou do que ter essa velha vida que já viveu de tudo, e agora está amarga de tanto sofrer. Não, não seja assim. Troque. Mude. Change. De coração. De rosto. De vida. Ou seja lá do que você quiser.

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